INCLUSÃO DE DENTRO PARA FORA

Infelizmente, ainda é evidente o mal entendimento de inclusão e do seu significado. Nota-se um falso pensamento quando as pessoas, que são inseridas na sociedade, já são consideradas inclusas. Será? Afinal, o que é inclusão?

Inclusão não é um significado isolado, mas seu foco é na interação entre as pessoas. Ou seja, não é pela existência de alguma característica predominante que as pessoas são inclusas ou não, mas a consideração das individualidades de cada uma.

Entretanto, a impaciência e a intolerância com o outro estão sobressaindo, não priorizando as convivências e as individualidades que cada pessoa pode beneficiar na sociedade. Isso trouxe bastantes discordâncias e discriminações, acontecendo reações exclusivas e classificatórias entre as pessoas. Consequentemente, prejudicando o desenvolvimento de uma sociedade reflexiva, unida e humana.

Por isso, vale acreditar que cada pessoa tem sua própria história e individualidades, sendo todos importantes para contribuir na sociedade. Afinal, se todos fossem iguais, como aconteceria a aprendizagem e a trocas de experiências?

Dessa forma, são pelas diferenças e individualidades que as pessoas se tornam únicas. Com isso, valorizar os potenciais e respeitar as diversas opiniões, escolhas e experiências de cada pessoa são essenciais para conviver em harmonia e unidas, não precisando classificá-las pelas suas dificuldades. Por sua vez, aprender com o outro o que talvez fosse uma dificuldade para si.

Diante disso, se cada pessoa não conscientizar da importância e necessidade de conviver com aceitação e respeito nas relações, a inclusão não será uma referência, mas um jeito de comparações e divisões entre as pessoas, sobressaindo os sintomas, dificuldades e problemas.

Então, cabe a cada pessoa ter mais tolerância, sensibilidade, empatia e companheirismo, aprendendo a compreender as necessidades e os questionamentos de cada uma. Isto é, ninguém sabe o que o outro passa com as suas experiências e, por isso, não é válido julgar a pessoa sem antes ouvi-la.

Diante disso, quando se fala de inclusão, deveria ser um termo para incluir as diversidades de todas as pessoas com suas individualidades, independentemente de ter alguma deficiência ou não. Isso significa que não é existência das características predominantes que deixa a pessoa mais inclusas ou menos inclusas dos outros, mas a consideração das características individuais de cada uma.

Portanto, quando as pessoas conviverem com aceitação e respeito das diferenças e individualidades, naturalmente as relações serão compreendidas, harmoniosas e saudáveis. Assim, inclusão não será um assunto isolado.

Por fim, fica a reflexão da importância de formarmos e educarmos pessoas reflexivas e independentes de suas escolhas, prazeres e atitudes, lembrando sempre das responsabilidades e dos compromissos como pais, filhos e educadores. Assim, quando a valorização das individualidades e escolhas de cada um for algo rotineiro, não terá mais comparações entre as pessoas pelas suas igualdades e, sim, mais aceitação da convivência entre as pessoas pelas suas diferenças.